Story Cubes: morte e assassinato é assunto para criança?

Faz um tempo que gravei um vídeo sobre um jogo chamado Story Cubes que conheci com a amiga e colega de trabalha Profa. Leila Soares. Eu estava um pouco receosa em divulgar o material, mas criei coragem de fazê-lo.
Meu receio vem primeiro da minha dificuldade em participar de gravações. Eu fico realmente intimidada e nervosa com a gravação de vídeos. Depois, é notável que a história contada pelas crianças tem elementos que podem ser considerados questionáveis, se observados fora do contexto.

Trata-se de uma história de terror com direito a palhaço assassino, mortes, uso de cartão de crédito sem autorização, e mais mortes. Exatamente essa a síntese da síntese criadas por esses dois meninos com cara de anjo e idades de 5 e 10 anos.
Contudo, é super importante refletir sobre a construção do imaginário infantil na atualidade, principalmente se considerarmos a exposição à tecnologias digitais em rede, através das quais essa geração de polegarzinhos acessa uma infinidade de conteúdos quase indiscriminadamente.

https://www.youtube.com/watch?v=Bqy2ISNNwFM

Como se pode notar, Ian e Miguel trazem referências a conteúdos adultos ao citarem um palhaço assassino (do filme It, uma obra prima do medo) e um caderno capaz de matar pessoas (Deth Note, um anime japonês). Ao verbalizarem esses conteúdos, reelaboram suas percepções sobre essas obras, indicando que, mesmo que não as tenham assistido integralmente, tiveram alguma forma de contato que aguçou-lhes a curiosidade e o desejo de falar sobre elas.

O jogo se mostra um estímulo à reelaboração de significados e sentidos desses conteúdos no imaginário das crianças. Elas falam de morte e de monstros como aspectos inerentes das histórias de terror – e nos é forçoso reconhecer que esses temas permeiam a vida real, não apenas os filmes.

Portanto, é um jeito lúdico de acessarmos o imaginário infantil, seus conhecimentos, suas preocupações e incentivar a criatividade, através da produção de narrativas orientadas por imagens, mas livres de censura prévia.

Para editar o vídeo usei o aplicativo YouCut no smartfone. Em seguida, usei o recurso de legendas automáticas do youtube, editei essa legendas para tornar o vídeo acessível à pessoas surdas. compartilho para vocês conhecerem e avaliarem. Aceito dicas.

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