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Na proposta gráfica desse material busquei por imagens que traduzissem o prazer de ouvir e ser ouvido, de forma leve e ao mesmo tempo lúdica. Acredito que essa opção tenha sido afetada por um evento anterior, no qual conheci o movimento dos Sussurradores, por intermédio da Profa. Lícia Beltrão. Na escolha da imagem, não poderia deixar de fora uma representação de infância na qual as crianças tem direito de brincar. Considerei indispensável que essa infância fosse representada por crianças negras, demarcando primeiramente, a critica ao domínio das imagens brancas, loiras e frequentemente masculinas nas representações sociais de criança e infância feliz e segundo, pela contextualização com a cidade de Salvador, na qual sobressai aos olhos de quem transita pela cidade o moreno, o negro, o crespo e as muitas infâncias existentes: a do brincar e a do trabalhar (infelizmente). Por questões de direitos autorais, usei uma fotografia em baixa resolução e modificada visualmente. Inclui as referências ao site de origem. Registra-se ainda seu uso para fins educacionais, não lucrativos, contudo, havendo questionamento quanto ao uso desse material ele será retirado.

Na época de elaboração dessa agenda, era ano eleitoral e estávamos no período no qual é vedada a publicizar logomarcas do governo. Para evitar o risco de sanções, não usamos as marcas dos Proformação e do Proinfantil. Assim, me propus o desafio de um projeto gráfico que aludisse aos dois Programas sem referenciá-los diretamente. A menininha foi desenhada com base nas garatujas do Proinfantil e ela se senta e brinca com o símbolo do Proformação, desmontando-o, desconfigurando-o e se divertindo com isso. Lembro que isso traduzia um pouco o sentimento da equipe – em especial os meus – quanto à implantação do Proinfantil, que foi um desafio para toda a equipe. Mas isso é outra história…

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