Eis que pelos corredores da FACED me deparo com um poeta: Paulo Faria Poeta, foi assim que ele se apresentou.
Licenciando em filosofia, é estudante de Didática 1. No dia em que nos encontramos, ele estavam sem aulas. Após alguns minutos de conversa, ele me propôs fazer uma intervenção em sala de aula, declamando poesias.
Combinamos uma intervenção de 5 a 10 minutos, afinal, o tempo – aaahhhhhh – ele insiste em nos perseguir…
Paulo entrou na sala de aula, se apresentou sem muitas delongas e começou a declamar. Sua voz que antes parecia baixinha e levemente enrouquecida, projetou-se pelo ambiente expressando palavras de valorização e amor à cultura baiana, às pessoas, à ilhas, enfim, às belezas e as lutas que marcam essa terra. Simplesmente lindo para quem gosta de ouvir e de brincar com palavras.
Depois disso, Paulo, o Poeta, se retirou. As expressões de surpresa e curiosidade nos rostos dos estudantes foi notável. o silêncio imperou na sala de aula. Que interpretação os estudantes atribuíam aquele momento? Havia ali alguma intencionalidade ou era um momento de loucura docente? Um dos estudantes se lembrou de um artigo que havia lido sobre as inteligências múltiplas (teoria de Howard Gardner) e a partir desse ponta pé inicial, seguimos na conversa: por que não buscarmos, juntos, uma disciplina que incentive as múltiplas linguagens e que reconheça os diferentes estilos de aprendizagem?
Por traz desse improviso poético ainda estava a ideia de convidar os estudante a se arriscarem, a mostrarem seus gostos e talentos para construirmos uma disciplina lúdica e cheia de sentidos. No final do semestre veremos se deu certo.