Conheci um professor difícil de tipificar. Já ouvi dizer que há professores sizudos, professores tradicionais, professores progressistas, professores malucos, professores aloprados, professores bonzinhos…
Não sei se o professor Mauro Sá Rego Costa, quando em sala de aula, se encaixaria em alguma tipificação dessas. O que sei é que, ao vê-lo narrar suas experiências com rádio e sonoridade, ele emana uma paixão contagiante pelo tema. Entre as histórias de sua memória, os fatos acontecidos e os fatos que espera que aconteçam, existe um brilho nos olhos, comum em quem se delicia com aquilo que vive e faz.
Os cabelos brancos, as marcas do tempo na sua pele, não condizem com sua expressão corporal ativa, quase dançante, quando ele se levanta para falar com mais ênfase sobre os temas que o movem.
E quando fala com ênfase… haja ênfase… os “píncaros” da academia devem ficar de cabelo em pé, quando, no meio de falas com referências a Godard, a Deleuze e Gattari, surge um p*, m* e outras palavras mal vistas por setores conservadores.
Mas, uma coisa é fato: não cabe setor conservador em um papo com Mauro Costa. Cabe loucuras, devaneios e muita transgressão.
Li Rádio, Arte e política. Acompanhei suas falas em dois momentos. Penso que a rádio que ele se refere pode ser transgressora, tanto as rádios de vanguarda como a “Rádio Alice” como as rádios comunitárias.No entanto, acho que a “transgressão do autor” já é datada. Cito somente um ponto: sua obra não é licenciada de forma livre, ela é copyright, ele nem se importa com esse fato.