As imagens cercam nossa existência de um modo tão forte que tendemos a naturalizá-las. Pouco nos perguntamos de onde vem, quem as produziu e para que servem as muitas figuras, os desenhos, as fotografias, os diagramas e todas as formas de expressão não verbais que nos cercam, mas que sempre nos comunicam e nos afetam.
Em tempos de internet, encontramos imagens diversas com bastante facilidade e abundância, colocamos essas imagens para ilustrar algo que produzimos, socializamos, distribuímos, criticamos, mas, raramente nos perguntamos: essa imagem tem dono?
Pois é… vivemos em tempo de conteúdos distribuídos pela web, sem origem clara, sem um dono específico, mas também são tempos de discussão profunda sobre direitos autorais. Por isso, é necessário estar atento sobre o material que produzimos e que distribuímos como sendo nosso, especialmente se fazemos “nosso” algo que na sua origem não o é.
O uso de imagens passa por essas reflexões, afinal, há por traz de cada imagem uma pessoa que dedicou alguns segundos para um clic ou algumas horas para edição. Há por traz de cada imagem uma história e uma intenção. Por isso, nada de sermos ingênuos: é preciso estar atento a tudo isso para não cometer equívocos morais – disseminando imagens carregadas de preconceito, por exemplo ou atos ilegais, usando e abusando de produções com copyright.
Lidar com ambas situações exige postura e discernimento, afinal, a imagem, como nos diz Felipe Serpa é hoje um paradigma sobre as formas como produzimos conhecimento. E sua criação e uso não está isento das pressões e ideologias sociais contemporâneas.
Como tenho buscado disseminar as práticas de copyleft na educação, uso do Flickr na busca de imagens licenciadas em Creative Commons, mas é preciso entrar em busca avançada para limitar a pesquisa a esse tipo de imagem. A imagem que uso atualmente neste blog vem de lá e consta como autoria de MichaelFitz. Eu já estou compondo meu acervo para contribuir com o site, veja na barra lateral do meu blog.