Essas palavras, as escrevi em comemoração à formatura de uma turma de ciências contábeis da Universidade Federal da Bahia.
Tratava-se de formandos da graduação em EAD, implementada no pólo de Educação a distância de Juazeiro, no ano de 2021, em meio às adversidades sociais e políticas. Mesmo diante de imensos desafios, a Universidade Pública vem cumprindo seu papel de democratizar o conhecimento e as oportunidades chegando, através da EAD, em locais onde antes não estava.
É muito emocionante falar em uma colação de grau porque a conquista de cada estudante universitário é uma vitória coletiva, das equipes que promovem o curso, das famílias, dos gestores, e de cada formando e formanda, ao alcançar o tão desejado diploma.
Mas outro motivo me deixa também bastante emocionada em proferir algumas palavras às novas contabilistas ou, como se costuma dizer, às novas contadoras que se formam: minha mãe e minhas duas irmãs são profissionais nessa área; a primeira, é técnica e as últimas, bacharéis.
Para juntar essas linhas, decidi partir da observação atenta do trabalho cotidiano dessas profissionais conhecidas desde a infância. Perguntei às minhas fontes seguras: qual o significado de ser contadora?
Disseram, primeiramente, que era pergunta difícil de responder, pois mesmo sendo importante, o trabalho do contabilista é um trabalho de bastidores, pouco visível, afinal, quando se vê empresas ou gente bem-sucedida, nunca se vê seus contadores…
Ainda assim, nas minhas observações de pessoa que não se preocupa em preencher imposto de renda (porque tenho contadoras maravilhosas na família) há algumas coisas que eu percebi e quero compartilhar com o mundo:
O profissional de ciências contábeis lida com uma área sensível: a saúde financeira. Eu já vi contadores destruírem vidas e já vi contadores reerguer vidas. A saúde financeira de empresas e de pessoas está nas mãos desses profissionais, então é importante que sejam éticos e cuidadosos.
Veja bem… contadores não tratam apenas de finanças, mas da saúde financeira. Pensar dessa forma, coloca tudo numa perspectiva diferente. Um bom contador, uma boa contadora, não trabalha só com números, mas com um emaranhado de situações, informações, condições no meio das quais se torna um pouco advogado, um pouco psicólogo, um pouco economista, um pouco amigo…
Um bom contador, uma boa contadora, é um tipo de herói invisível. O sucesso dele ou dela pode ser observado na paz de espírito de seus clientes. No bom funcionamento dos processos da empresa, nas contas que estão em dia, nos tributos pagos corretamente.
Pensando nisso, perguntei ainda para minha mãe e irmãs: como seria um mundo sem contadores?
Ahhh! Seria um mundo muito bagunçado – responderam.
Não tenho dúvidas quanto a isso. Eu não quero um mundo bagunçado, inseguro, confuso… as coisas já estão bem difíceis do jeito que estão agora, não podemos deixar que piorem!
Então, um salve às melhores contadoras e contabilistas que existem por aí, e que continuem exercendo o super poder de evitar que o mundo que a gente conhece vire uma bagunça.