Ao rever as fotos do meu pequenino fiquei realmente surpresa com o que vi. Assumo que, em algumas fotografias, mal pude reconhecer o rostinho que ali estava registrado. Parece o filho de outra, mas é o meu. Por isso, posso confessar o que poucas mães assumem logo de cara: como era feinho, minha nossa! Vejo o Ian agora e digo sem pestanejar: – Neném, o tempo te favoreceu.
Obviamente, há permanências nessas rápidas mudanças. O olhar curioso, atento, o jeito tranquilo, o bom humor denunciam que aquele menino de 1 ano e 9 meses atrás é o menino de agora, mesmo que tenham mudado as medidas e nascido cabelo.
Mas permanece ainda a sensação de que um filho não é um só, porque sinto que uma mãe também não é. Uma mãe são muitas pois a cada idade, a cada tempo novos desafios se colocam e as mudanças se impõem – mesmo aquelas mudanças que não desejamos. Então, a gente muda, muda mesmo permanecendo a mesma.
Eu agradeço pela sorte de ser mãe desse filho que foi e é muitos meninos-anjo. Um anjo brejeiro vestido de um menino a cada tempo e que faz pirraça, suja as calças, teima, grita pela casa e às vezes chora a noite, mas ainda assim, um anjo qu permanece dentro de cada menino que o tempo me traz em um só.